segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Conto para Margareth

As nuvens cobrem todo o horizonte, concedendo um aspecto sombrio e triste. Escuta-se gritos de ódio e angustia, vindo de um lugar enigmático mas conhecido por todos. Margareth continua sentada, observando todos na rua que sofre ao voltar do trabalho numa tarde chuvosa e negra de sexta-feira. Em seu pulso encontram-se grandes ornamentos de ouro e diamantes rodeados por esmeraldas.

As pessoas continuam a passar na frente de Margareth que as vê de forma sublime, não importando o sofrimento alheio. Para esta mulher de meia idade o que importa é somente o mundo em que esta inserida. Um mundo de fantasias e privilégios, que poucos têm o prazer de desfrutar.

A chuva continua, mas Margareth não tem problema quanto a isso. Esta em sua bela casa toda aquecida e protegidas. Crianças passam a sua frente com ar de tristeza e profunda dor. Querem apenas o aconchego de um lar, mas não as tem. Margareth continua a observar toda a cena.

É engraçado para ela o sofrimento alheio porque nunca obteve a oportunidade de tê-lo. A massa trabalhadora volta para casa enquanto ela observa na varanda. Tudo se torna fácil quando não estamos inseridos no contexto.

As pessoas começam a observar Margareth. Param em frente à varanda e olhando com aspecto de tristeza e compaixão comenta: como é triste estar nesta situação desesperadora de Margareth. Com tantas coisas e com os dias contados. A mulher presente na varanda é possuidora de uma grande enfermidade, enfermidade esta capaz de tornar todas as coisas que almejamos conquistar simples objeto de pena. - Margareth, Margareth, chama o jovem que esta a frente de sua casa.

- Margareth... Ela se foi. Simplesmente se foi. Não há mais nada a fazer.

A importância que temos é apenas passageira e não esta definida apenas em um ponto de vista.

Para Margareth o mundo era sombrio como as nuvens e as pessoas que passavam expressando os sentimentos. Para as pessoas o mundo é injusto representado pela figura daquela rica mulher.

Se ater apenas ao lado exterior torna o mundo injusto cheio de sofrimento.

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